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Diversificação é a melhor dica de investimento

Diversificação é a melhor dica de investimento

Normalmente em minhas conversas do dia a dia com pessoas que não acompanham o mercado financeiro de maneira rotineira ou que não possuem uma base de finanças muito sólida, me deparo constantemente com perguntas como: “qual a melhor aplicação do momento¿” ou “em que devo investir agora” ou derivações similares. Por muitas vezes me senti desconfortável com esse tipo questionamento, pois ao contrário do que parece, não é uma questão simples de se responder. Mesmo que eu fosse um grande gestor de fundos de investimento, precisaria de algumas informações como qual o valor da aplicação, se a pessoa já possui investimentos, dentre outras. E mesmo assim ainda poderia errar na minha recomendação. Como estou longe de ser um especialista em gestão de portfólio (e mesmo que fosse minha recomendação ainda seria a mesma), minha recomendação de “bate-pronto” é simples: diversifique. Estou longe de estar sozinho na defesa da diversificação.

A ideia, aplicada na Teoria Moderna do Portfólio, rendeu ao economista Harry Markowitz o Prêmio Nobel de Economia de 1990, e Ray Dalio, o maior gestor do mundo, batizou a diversificação de o Santo Graal dos investimentos. Na teoria de Markowitz, a diversificação visa maximizar o retorno de um determinado portfólio a partir de um nível de risco, que no modelo é medido pela volatilidade dos ativos. Essa maximização é permitida pela correlação negativa entre os ativos, ou seja, em um portfólio com 50% de ações da Petrobrás e 50% de ações da Netflix, por exemplo, o risco é reduzido, dado que os ativos são altamente descorrelacionados (enquanto Petrobrás cai,

Netflix provavelmente irá subir, e vice-versa). Apesar de extremamente utilizada e premiada, a Teoria Moderna do Portfólio tem seus defeitos e críticas, que não convém serem abordadas aqui, mas grande parte delas está no tratamento da volatilidade histórica como métrica de risco, sendo que essa volatilidade dos ativos muda com o tempo. A abordagem da diversificação que mais me agrada é a do ensaísta e analista de riscos Nicholas Nassim Taleb, que ficou mundialmente famoso pelo seu livro “A Lógica do Cisne Negro”. A ideia aqui é basicamente capturar a sorte a partir da diversificação em investimentos que tenham um “valor esperado” de alta maior do que o de baixa. Imagine, por exemplo, que você invista 90% do seu portfólio em Tesouro Selic e 10% você dividida entre 10 ações altamente arriscadas.

Pode ser que 1 ou 2 ações quebrem e vão a zero, mas 1 ou 2 podem triplicar de valor. Nesse caso o hipotético, considerando a SELIC a 6% a.a., a rentabilidade da carteira poderia ter sido de 7,4% a.a., ou seja, um aumento de mais de 20% na rentabilidade com apenas 10% do portfólio aplicado em alto risco. Independentemente de qual teoria mais lhe agrada, diversificar seus investimentos é essencial para manter o valor de sua carteira em momentos de crise e ampliar sua rentabilidade em momentos de euforia.

Por Alef Dias

Tags: Economia


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